domingo, 18 de janeiro de 2009

ABIES BRANCO AIRÉN - PEDIDA CERTA PARA O VERÃO


O meu amigo Arthur Oliveira, diretor da Chaves Oliveira Wine Group, presenteou-me este final de semana com um maravilhoso vinho espanhol que eu ainda não conhecia - ABIES Airén. Proveniente da região de Valdepeñas, situada ao sul de Castilla-la Mancha, essa casta (Airén)representa 30% de todas as uvas cultivadas no território espanhol.

Segundo informações do mesmo, a produção do ABIES se dá com colheita de forma manual, em caixas com 18 Kg e uma produção média entre 4 e 6 kg por vinha plantadas em pé-franco. Assim, a Chaves Oliveira torna-se uma das pioneiras na importação do vinho produzido a partir da uva Airén no Brasil.
Degustei esse vinho com alguns amigos e vou opinar sobre o mesmo:

ABIES Áirén 2007
- cor - amarelho palha com toque esverdeado brilhante
- nariz - apresenta aromas de frutas cítricas (maçã verde, abacaxi, toque de maracujá), pêssego, frutas cristalizadas, damasco, amêndoas, mineral. Enfim, um vinho complexo.
- boca - possui uma acidez bem refrescante, boa persistência, redondo, amanteigado com final de boca lácteo, tostado e damasco.

Poderia dizer que é um Excelente Vinho Branco! Ainda não sei o preço mas adianto que valerá cada centavo. É fantástica pedida para nosso verão!

BRINDEMOS NO VERÃO!!!!!!!!!!


VINHOS TROPICAIS

Na semana passada degustei um vinho do Vale do São Francisco que possui mais de 3.000 horas de sol por ano, clima seco em pleno semi-árido do Nordeste brasileiro podendo chegar até a 400 C. Com mais de 150.000 ha cultivados e irrigados pelas águas do Rio São Francisco, o Vale é hoje o maior produtor de frutas tropicais do país entre as quais podemos citar a manga, melão, melancia, coco, banana, goiaba, maracujá e uva de mesa (o excedente das 2 safras anuais segue para a produção de espumante). As vinícolas estão localizadas ao redor dos municípios de Casa Nova - Bahia, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista em Pernambuco produzindo vinhos brancos, tintos e, principalmente, espumantes vigorosos e frutados. Atualmente, 15% da produção de vinhos brasileiros tem como origem o Vale do São Francisco. Futuramente, com os esforços das vinícolas e de orgãos especializados com o CPTSA (EMBRAPA) teremos vinhos de excelente qualidade proveniente desse oasís.


Agora irei fazer um pequeno comentário sobre o vinho degustad
Botticelli Ruby Cabernet 2007
- cor - vermelho ruby intenso.
- nariz - aromas bem interessantes de beterraba, goiaba e toque de morango.
- boca - possui uma acidez elevada (resultado: paladar não muito agradável), persistência baixa, taninos equilibrados e final de boca condimentado apresentando um "gosto de fumo de rolo".

UM BRINDE E ATÉ O PRÓXIMO COMENTÁRIO!

QUEIJOS & VINHOS - SUGESTÕES PARA HARMONIZAÇÃO

Segue algumas dicas para a harmonização de queijos e vinhos:


PROVOLONE – Ligeiramente picante e com diferentes graus de defumado. O picante se acentua com a maturação, por isso pede vinhos tintos com presença de madeira. Sugestão de uvas: Tempranillo, Cabernet Sauvignon, Tannat, Syrah ou Malbec Reservas.
CAMEMBERT - Queijo francês macio e cremoso. Seu nome vem da vila de Camembert. Quando fresco, tende a ser esfarelento e é relativamente duro. Amadurece e fica com sabor forte quando envelhecido. Sugestão de uvas: Semillon Blanc, Pinnot Noir ou Cabernet Sauvignon/ Merlot.


GORGONZOLA - Tem sabor pronunciado e ligeiramente salgado. A harmonização recomendada é por contraste, como os vinhos de colheita tardia. Tintos estruturados e com passagem por barris de carvalho também vão bem. Sugestão de uvas: Tempranillo, Merlot, Pinot Noir, Barbera, Blends Reservas (Syrah, Tempranillo e Cabernet Sauvignon ou Malbec, Merlot e Cabernet Sauvignon) ou Porto.

BRIE - Queijo macio feito de leite de vaca. Seu nome vem da província da França da qual é originário. O brie tem cor pálida, é bem macio e com sabor forte. Sugestão de uvas: Cabernet Sauvignon ou Malbec Reservas.

EMENTHAL - Com sabor adocicado e frutado, mas com significativo teor de gordura, pede um vinho branco de acidez pronunciada ou tintos mais leves. Sugestão de uvas: Airén, Torrontés, Sauvignon Blanc, Malbec, Merlot, Pinot Noir.

PARMESÃO - Queijo de massa seca, sabor picante e textura granular, pede vinhos tintos estruturados, mas combina também com espumante brut e vinho branco com acidez acentuada. Sugestão de uvas: Malbec, Tempranillo, Cabernet Sauvignon, Tannat, Airén, Sauvignon Blanc, Gewürztraminer.

BÚFALA - Mais doce e cremoso do que os elaborados com leite de vaca, sugere um vinho branco fresco e de pouca intensidade, frutado e com acidez equilibrada. Sugestão: espumantes frutados e meio doces.

MUSSARELA - De massa esbranquiçada, firme e com sabor ligeiramente ácido e salgado, pede tintos leves e ligeiros ou brancos. Sugestão de uvas: Riesling, Chardonnay (jovem), Gewürztraminer, Pinot Noir, Tempranillo (jovem).

CABRA - Cremoso ou mais curado, apresenta acidez mais elevada, o que sugere combinação com brancos e espumantes com boa acidez. Sugestão de uvas: Airén, Gewürztraminer Sauvignon Blanc.
MINAS FRESCAL - Tem massa branca, consistência mole, sabor suave e levemente ácido. Se servido com mel, faça acompanhar vinhos de sobremesa. Se presente nos salgados, é recomendável ficar com um branco seco jovem. Sugestão de uvas: Airén, Riesling, Gewürztraminer.

CREAM CHEESE - Tem alto teor de creme de leite. Por isso, é melhor combiná-lo com um espumante, um prosecco ou um sauvignon blanc. Sugestão: se servido com frutas frescas, harmonizar com espumante demisec ou moscatel.
UM BRINDE!!!!!!!!!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

VINHO COMBINA COM PRAIA?




Borbulhas - Sim, principalmente se for um espumante. Taí um trabalho que as vinícolas brasileiras deveriam investir mais esforço, marketing e conquistar um espaço que está aberto. Pela manhã, para abrir os serviços, é muito bom. Já experimentou? Meninos, eu vi! Como estava acessível e na temperatura certa, muita gente trocava - ou mesmo intercalava!!! – uma taça de espumante com uma tulipa de chope. É simples. Basta ter a oferta e, principalmente, quebrar a afetação da bebida para torná-la mais uma opção na praia – e não uma alternativa “chique e diferenciada”. Feito isso, meio caminho está andado.


Brancos - Também, mas os mais leves, ligeiros, frutados, um sauvignon blanc, um viognier, um gerwustraminer. Dos italianos um pinot grigio ou um fiano, o português alvarinho, ou sua versão espanhola albariño, e ainda da península ibérica o macabeo. As opções são várias. Mas me parece que a real vocação da praia é mesmo dos espumantes.
Rosés - Claro, são ok. Leves, frutados, frescos. Não é à toa que são perfeitos com comida mediterrânea. Mas, Houston, temos problemas. Primeiro: raramente há oferta disponível, mesmo com a recente onda em torno da bebida. Segundo, há muito rosé ruim por aí. Terceiro, tem muito preconceito em torno da bebida. Muito trabalho, não? Mas tendo oportunidade, é uma delícia.


Tintos - Não acho o ideal. Mas tem muita gente que não se importa. Mas creio que, sinceramente, vinho não é para toda ocasião. Na praia, na refeição, um tinto mais ligeiro, num ambiente mais refrigerado, ok. Ou como eu já testemunhei também no Nordeste: com gelo. Maior heresia não existe no planeta vinho, né não?
Vodca (ou chachaça), fruta, açúcar e gelo - De dia, pé na areia ou na beira da piscina, um espumante, de vez em quando, até vai bem. Quem sabe até um branco ou um rosé com os petiscos. O importante é ser feliz. São férias.


Por Roberto Gerosa

CARVALHO - O TEMPERO DO VINHO


Um universo dentro do universo do vinho é o de barris de carvalho. A madeira do vinho movimenta milhões de Euros no mundo inteiro e tem empresas e profissionais altamente especializados. A mais perfeita escolha e adaptação do barril certo para um vinho podem demorar muitos anos para ser refinada.


Existe vinho sem madeira?


Sim, existem muitos vinhos que não passam nem perto da madeira, mas praticamente todos os grandes tintos do mundo têm algum tipo de contato com ela, sem falar de brancos, fortificados, vinhos de sobremesa e até espumantes. O uso correto da madeira é tão importante para a qualidade final de um vinho quanto a qualidade das uvas.


Por que carvalho e não outras madeiras?


Recipientes de madeira são usados desde a antiguidade para armazenar e transportar o vinho. Mas que tipo de madeira é a mais usada? A resposta é fácil: o carvalho. Por quê? Madeiras como cerejeira, castanho e muitas outras foram testadas ao longo dos séculos como recipientes para o vinho, no entanto, o carvalho provou ser o mais resistente, leve, maleável, impermeável e cujo “sabor” tem maior afinidade com a bebida. Os benefícios que o carvalho traz, contudo, só foram melhores estudados há poucas décadas.


Quais os tipos de carvalho?


Dentre os fatores que fazem a diferença para o vinho em um barril de carvalho, o primeiríssimo, é a espécie usada. Existem várias centenas de espécies deste tipo de madeira, mas as que interessam para o vinho são apenas quatro. A Quercus súber, ou Sobreiro, não é usada para armazenar vinho, no entanto, fornece a cortiça, tirada de sua casca para a elaboração de rolhas.
As outras três espécies são empregadas na elaboração de barris, que hoje são usadas para o amadurecimento do vinho, e não mais para o seu transporte.
O Quercus Alba, ou White oak, também chamado de “carvalho americano”, é natural do leste dos Estados Unidos e possui baixos índices de fenólicos – substâncias que dão estrutura ao vinho – e alta concentração de compostos aromáticos. As outras duas espécies são chamadas genericamente de “carvalho francês”. A França tem um quarto de sua área coberta de florestas. As espécies mais adaptáveis ao vinho são: Quercus Sessiliflora ou Quercus Petraea – comuns na floresta de Vosges, por exemplo, que proporcionam ao vinho mais aromas e menos estrutura; e Quercus Robur ou Quercus Pedunculata – das florestas de Limousin, da Borgonha e do sul da França, elas emprestam ao vinho mais polifenóis (adicionando corpo e estrutura) e menos aromas. O carvalho encontrado em países do leste da Europa, como a Eslovênia, é normalmente das variedades “francesas”.


O que influi na qualidade de um barril?


Há vários outros fatores que influem no vinho além do tipo carvalho usado para armazenar. O primeiro deles é a granulação da madeira, pois a porosidade interfere no nível de absorção do vinho. Os menos porosos, além de terem maior procura, são mais discretos e finos em sua influência.
Outro fator importante é o crescimento e a idade da árvore. Quanto mais velho o carvalho e mais lento tenha sido seu crescimento, melhor a qualidade dos compostos fenólicos que irão influenciar o vinho. A parte do tronco e o tipo de corte usado na fabricação do barril também são importantes. O carvalho americano pode ser serrado, pois sua estrutura celular é mais densa e mais impermeável. Já o carvalho francês precisa ser partido (sem o uso de serras), mantendo os veios naturais da planta, sob o risco de provocar vazamento no futuro barril. Deste modo, aproveita-se menos o tronco do carvalho francês e sua elaboração é mais cara e laboriosa.
Quando a Bodega ou vinícola possui boas uvas e se propõe a produzir um excelente vinho de guarda é neessário a utilização de barricas novas e, principalmente, de carvalho francês provenientes de tanoarias confiáveis. Dessa forma, a qualidade do vinho torna-se superior e o preço do produto também se eleva.