quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Morre o mestre Saul Galvão

Meninas e meninos,
É com imensa tristeza que devo anunciar que nosso mestre e meu querido primo Saul Galvão(ele só admitiu isto após nosso antepassado Frei Galvão ser canonizado), já se encontra degustando bons vinhos e boa gastronomia no céu.
Aos meus querido amigos Bebel Baeta e Sebastian, aos confrades, ao Brasil todo, é uma grande perda.Segue abaixo o texto na íntegra, do meu amigo Luiz Américo de Camargo do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, pois eu não conseguiria expressar melhor o que foi o Saul para a nossa atividade, do que o fez Luiz Américo.Em 30 anos, foram milhares de restaurantes e vinhos resenhados.Luiz Américo Camargo“Os leitores do Estado e do JT nos últimos trinta anos aprenderam que o vinho e a comida tinham um rosto. Uma feição conhecida, onde se destacava um vasto bigode. Os prazeres da bebida e da gastronomia tinham, em suma, a cara de Saul Galvão.Crítico de restaurantes, culinarista, conhecedor de tintos, brancos, espumantes, Saul Galvão de França Júnior morreu nesta quarta-feira, 9, aos 67 anos, de complicações advindas de um câncer. Ele vinha se tratando há dois anos e, até julho, publicou sua coluna de vinhos no Paladar.Saul nasceu em Jaú - "modéstia à parte", como ele dizia - em 3 de abril de 1942. Veio para São Paulo em 1960 para estudar direito no Largo São Francisco, mas não concluiu o curso. Partiu em busca de um ganha-pão mais imediato: começou a trabalhar como jornalista. Foi contratado pelo Grupo Estado em 1965. Na década de 70, trabalhou nas editorias de Internacional e de Política do Estadão. O Saul da comida, dos vinhos, dos livros, entretanto, já estava se aprontando para entrar em cena.Em 1978, começou então no JT sua trajetória de crítico de restaurantes. Ele entrou no lugar de Paulo Cotrim, um dos precursores desta modalidade de jornalismo em São Paulo. No início, acumulou os temas gastronômicos com as lides políticas (ele era chefe de reportagem da editoria nacional). Mas deu tudo tão certo nas novas atribuições que logo ele trocou de vez a hard news pelo universo dos cardápios e pratos.Nos anos 80, aproveitando as viagens frequentes à França, fez estágios em restaurantes consagrados como Moulin de Mougins e Troisgros. Passou então a exercitar mais intensamente do que nunca os dotes na cozinha. Tanta informação acabou dando origem a seu primeiro livro, Os Prazeres de Mesa (1987). Vários outros viriam, como os Prazeres da Mesa 2 (1995), A Cozinha e seus vinhos (1999) e A Essência do Sabor.Ao mesmo tempo, havia o mundo do vinho. Saul era um dos maiores experts do Brasil, ainda que a erudição jamais tivesse se transformado em afetação. "Ele era de longe o maior conhecedor do país. Mas era uma pessoa simples, cativante, e falava o que pensava. Vai fazer muita falta", lamenta Belarmino Iglesias Filho, dono da rede Rubaiyat.Além da grande sensibilidade como degustador, tinha conhecimentos técnicos e históricos. Em 1992, lançou seu livro mais conhecido nesta área, Tintos e Brancos, referência até hoje para amadores e profissionais. O nome do livro batizava também sua coluna no Estado. "Saul era o jornalista mais querido na área. Sua coluna era a que mais repercutia. Bastava sair um vinho com uma nota alta, o reflexo já aparecia na loja", conta Ciro Lilla, proprietário da importadora Mistral.Nos últimos anos, os leitores se acostumaram aos textos infalivelmente semanais no Paladar, às quintas, e no Guia às sextas. Foram milhares de restaurantes e vinhos resenhados. Saul gostava de descomplicar, de mostrar que a boa mesa não devia ser tratada com esnobismo, mas apenas apetite. A paixão pelos sabores ele transformou em slogan pessoal, não só no jornalismo impresso mas na Rádio Eldorado e em seu blog no estadao.com.br: O negócio é passar bem.
Um dos jornalistas com mais tempo de casa no Estado, por conta da doença ele vinha tornando suas idas ao jornal menos frequentes. Mas chegava sempre com o mesmo estilo: "Cavalheiro!", era sua saudação habitual. Será sempre lembrado na redação pela personalidade expansiva, pelas frases espirituosas. Pela generosidade em dividir um profundo conhecimento com seus colegas. E pelo sincero prazer em apreciar bons pratos e vinhos.”Como ele costumava dizer, na hora de ir embora: "Messieurs et Dammes! On y va".
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

EMPÓRIO DA VILLA – DEGUSTAÇÃO DOS VINHOS MIOLO

Ontem foi realizado um evento de degustação dos vinhos da MIOLO num novo espaço gastronômico em São Paulo – Empório da Villa. Localizado no bairro do Morumbi, traz para a capital paulistana um conceito diferenciado, proporcionando aos clientes experiências gastronômicas em torno da cultura de vinhos. Idealizado pelo enófilo e consultor gastronômico Armando Mazza Neto e pela artista plástica Denise Laurenti, o Empório da Villa imprime sofisticação e requinte à ambientação rústica, ideal para o clima intimista pretendido pelos casal. Existe um andar inteiro é dedicado aos vinhos. A adega climatizada mantém, no mezanino, em condições ideais de armazenamento sob climatização regular a 14ºC, mais de 2.000 garrafas e 300 rótulos trazidos pelas mais prestigiadas importadoras e vinícolas brasileiras.
Neste espaço, foram realizadas degustações dos seguintes vinhos da MIOLO conduzida pelo sommelier chefe da mesma, Luis Fernando।

A adega!!!

O Vinho Rar Collezione Pinot Noir 2008 é um dos varietais que melhor se adapta a região de campos de cima da serra - Muitos Capões - RS, onde se encontram os vinhedos de Raul Anselmo Randon, situados a uma altitude de 1.000m. É um vinho com armazenagem em carvalho por 10 meses.
a) Cor: apresenta uma coloração vermelho rosado
b) Nariz: aromas frutados (frutas vermelhas), apresenta aromas de frutas secas, mentolado, leve toque de cedro e baunilha
c) Boca: acidez refrescante, persistência longa e final de boca condimentado
Adoro os vinhos RAR! Esse vinho é muito bom!!!!!!!!!!!!!!

Gran Lovara 2006 apresenta a seguinte composição: Merlot (60%), Cabernet Sauvignon (25%) e Tannat (15%).
a) Cor: vermelho ruby
b) Nariz: aroma animal tipo couro (meu amigo sentiu estrume), toque de cedro, aroma de terra molhada, coco
c) Boca: acidez média, persistência média e final de boca condimentado
Não me agradou! Deixa a desejar e não creio que terá um desenvolvimento melhor com o tempo!
O Quinta do Seival Cabernet Sauvignon 2006 tem passagem de 12 meses em carvalho americano.
a) Cor: vermelho ruby com reflexos púrpura
b) Nariz: aromas de café, frutas vermelhas (cassis), toque de cedro (carvalho), eucalipto.
c) Boca: boa acidez e persistência longa.
É um vinho muito bom. Entretanto, nada que surpreenda!

O Merlot Terroir 2008 é elaborado pela Miolo com a variedade tinta emblemática do Vale dos Vinhedos. Bento Gonçalves é o local que oferece as melhores condições para obter um Merlot de excelente qualidade. Permanece 1 ano maturando em carvalho Francês e mais 1 ano envelhecendo em garrafa antes da comercialização. Pertence a uma reserva limitada.
a) Cor: vermelho ruby intenso
b) Nariz: aroma floral, toque de cereja em compota, toque de madeira, baunilha, leve toque de café
c) Boca: acidez refrescante acompanhada de uma longa persistência, redondo e final de boca com açúcar queimado (caramelizado).
Excelente Vinho! Vale cada centavo!

O Miolo Lote 43 2005 é o ícone maior da Miolo, corte de 50% Cabernet Sauvignon e 50% Merlot.
a) Cor: vermelho púrpura
b) Nariz: apresenta aromas de frutas negras, toque de menta, toque de cedro, groselha, tabaco, toque de nozes. Um vinho com boa complexidade.
c) Boca: Acidez refrescante com persistência longa possuindo um final de boca lácteo (caramelo)
Excelente vinho! Ainda deve ficar melhor com o tempo!

Durante a harmonização, o Miolo Merlot Terroir 2008 foi perfeito com o Risoto. Já o Medalhão de file recheado com bacon ao molho de jabuticaba harmonizou perfeitamente com O Miolo Lote 43 2005.
Parabéns ao Armando do Empório da Villa e ao Luis Fernando da Miolo por esta magnífica degustação!
http://www.emporiodavilla.com.br/
http://www.miolo.com.br/